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“Mantra é o poder da palavra. É o ritmo que cria a vibração. É a vibração que move o Universo.

Se você mover positivamente a vibração, o mundo é seu.”

Yogi Bhajan, 14 julho 1987

Sat Nam!

Este é o terceiro de quatro artigos sobre Mantra, fruto das nossas

QUINTAS de MANTRA em 15 e 22 de fevereiro e 1º e 08 de março /18 no Har Rai.

Todos os mantras servem para despertar sua Consciência Divina. Em Kundalini Yoga, a plataforma sobre a qual se dá todo trabalho com o Som, através do Shabad e do Mantra, vem do Gurmukh, um código fonético que significa “da boca do Guru”. Lembrando: Gu = escuridão, Ru: Luz. Podemos de forma livre considerar, portanto: a Consciência, acessada ao entoar, que atravessa você da escuridão para a Luz.

Uma Grande Chave: o Gurmukh

“O Gurmukh é considerado um texto sagrado, porque jamais foi utilizado para nenhum propósito que não se conectar com o Infinito, e despertar sua Consciência Divina. O Gurmukh transcende qualquer crença religiosa, e incorpora a Verdade Universal”*

Para nós do Kundalini Yoga, esse Som Corrente é o Grande Professor, e a poesia dessas composições vai além da profunda beleza estética, mas, com a rica formatação  em Gurmukh, gera impacto no cérebro, estimulando neurotransmissores ao serem entoadas, criando bases sólidas no território da inteligência aplicada à realidade, e florescendo em Consciência e Graça.

Apesar de todo refinamento desse trabalho com o Som, vale ressaltar que o Gurmukh foi desenvolvido para ser de simples, claro, e carregar precisão fonética. Independente de origens, classes e castas, estudos ou não, que todas pessoas conseguissem pronunciar e colher seus benefícios. Como dizia Yogi Bhajan a seus alunos, orientando a prática com o Mantra, “como um desses artistas de Hollywood, faça de conta e quando perceber você estará entoando”. Você pode relaxar, permitir-se aprender com a prática, e num instante estará no Fluxo do Som Corrente.

Um Pouco sobre o Siri Guru Granth Sahib

Essas sofisticadas composições estão registradas numa grande escritura Sagrada, chamada Siri Guru Granth Sahib. Composto entre 1469 a 1708, suas 1.430 páginas, reúnem belíssimos poemas e canções de diferentes tradições e religiões, poetas, sábios, yogis e devotos da época – inclusive do pária hindu Kabir, exímio poeta – e em especial dos Gurus Sikhs, desde o Guru Nanak até o Guru Gobind Singh.

Sobre a autenticidade desses registros, é interessante essa reflexão** do erudito Max Arthur Macauliffe (1841 – 1913).

“Muitos dos grandes mestres que o mundo conheceu jamais deixaram uma linha de lavra própria e só sabemos o que eles ensinaram através da tradição ou de informações de segunda mão. Se Pitágoras escreveu sobre seus dogmas, seus escritos não chegaram até nós. Nós somente conhecemos os ensinamentos de Sócrates pelos escritos de Platão e Xenofonte. Buda não deixou memorial escrito daquilo que ensinou. Kungfu-tze, conhecido pelos europeus como Confúcio, não deixou documentados por ele mesmo os princípios de seu sistema moral e social. O fundador da Cristandade não redigiu suas doutrinas e para ter acesso a elas devemos acreditar nos evangelhos de Mateus, Marcos, Lucas e João. O profeta Maomé não escreveu ele mesmo os capítulos do Alcorão. Elas [as obras] foram escritas ou compiladas por aderentes ou seguidores. Entretanto, as composições dos gurus siques estão preservadas e as conhecemos de primeira mão pela forma na qual foram ensinadas.(grifo nosso).

De absoluta beleza é esta análise** de Pearl S. Buck (1892-1973), sinologista e escritora, ao receber em inglês a primeira tradução dessa Obra.

“Eu estudei as escrituras das grandes religiões, mas não encontrei em outro lugar o mesmo poder de apelo ao coração e à mente que encontrei nestes volumes. Eles são compactos apesar de sua extensão, sendo uma revelação do vasto alcance do coração humano, indo do mais nobre conceito de Deus ao reconhecimento e mesmo na insistência nas necessidades práticas do corpo humano.algo de estranhamente moderno nessas escrituras e isso me intrigou até eu entender que elas são de fato comparativamente modernas, compiladas até o século XVI, quando os exploradores começavam a descobrir que o globo no qual todos vivemos é uma entidade única, dividida somente pelas linhas arbitrária de nosso próprio fazer. Talvez esse senso de unidade seja a fonte do poder que encontro nesses volumes. Eles falam a uma pessoa de qualquer religião ou de nenhuma. Eles falam ao coração humano e à mente que procura.(grifo nosso)

*Bibiji Inderjit Kaur Khalsa, PhD, Bhai Sahiba of Sikh Dharma International. Mantra: Personal Guidance through the Power of the World. 2016.

**https://pt.wikipedia.org/wiki/Guru_Granth_Sahib

O Entoar e o Cérebro: o sofisticado processo da Kirtan Kriya

Como vimos na semana anterior, o Mantra pode ser entoado em voz alta, sussurrado, ou silenciosamente (mental). Cada forma de entoar traz impactos em benefício à sua psique. Se você não viu ainda essa explicação, pode conferir o texto aqui.

Seguimos então para uma prática, de grande impacto no cérebro, que a Kirtan Kriya, antiga Meditação ensinada por Yogi Bhajan, e que hoje faz parte do protocolo de prevenção e tratamento de Azheimer nos Estados Unidos, na Europa, e em alguns hospitais  brasileiros, como se verifica nos sites:

Alzheimer’s Research & Prevent Foundation, Dementia Today, Diário da Saúde.

Você ainda pode conferir mais neste anexo: ESTUDO KIRTAN KRIYA

Essa Meditação Kirtan Kriya gera um equilíbrio mental em sua psique. A ponta dos dedos alterna as polaridades elétricas, equilibrando a projeção eletromagnética da aura. O cérebro recebe um banho de vascularização, sendo ativadas todas as suas áreas, conforme se verifica na imagem abaixo, num comparativo antes (before) e depois (after) da prática de apenas 12 minutos! Outro efeito precioso dessa prática sistemática, é que ela interrompe a degeneração (os sulcos) no cérebro, que ocorre nos quadros de Alzheimer.

MEDITAÇÃO KIRTAN KRIYA

Postura:

Em easy pose (sukasana), mantenha o foco mental no ponto entre as sobrancelhas (“terceiro olho”).

Com as mãos sobre os joelhos, toque o polegar a cada ponta dos dedos, com uma firme pressão, com o Mantra a saber:

Polegar e Indicador: SA

Polegar e Médio: TA

Polegar e Anular: NA

Polegar e Mínimo: NA

Respiração: Normalmente, conforme o entoar do Mantra.

Mantra:

SA: Começo, Infinito, Cosmos

TA: Vida, existência

NA: Morte, mudança, transformação

MA: Renascimento

Essa sequência de Sons é o ciclo da Criação: Do Infinito, vem a Vida e a existência individual. Da Vida vem a Morte, ou a Mudança. Da Morte vem o Renascimento da Consciência.

Atenção: Existe uma estrutura básica para essa prática:

Comece entoando em voz alta por 2 minutos. Então comece a sussurrar por mais 2 minutos. Em seguida, você mantém o mantra mentalmente, por 4 minutos. Depois retorna a sussurrar por 2 minutos, e finalmente torna a entoar em voz alta por 2 minutos.

A duração dessa meditação pode variar, sempre mantendo essa sequência, e o entoar em Silêncio é sempre o dobro do tempo das etapas do entoar em voz alta ou sussurrando. Ou seja, 2, 2, 4, 2,2; ou 1, 1, 2, 1, 1.

Aqui, você confere essa bela gravação de Nirinjan Kaur, que pode apoiar você a praticar!

Boa prática!

Esperamos você no último encontro desta série das QUINTAS de MANTRA,

08 de março /18 no Har Rai.

Com renovado amor,

Prem Bhagat Singh