“Em Kundalini Yoga não nos preocupamos com o efeito, mas com a causa, pois a causa tem um efeito.
O efeito nunca poderá acontecer sem uma causa: consequências nunca ocorrerão sem a sequência.
Se uma pessoa puder conhecer suficientemente a tendência das sequências,
ela poderá controlar as consequências.”
Yogi Bhajan
Para toda sequência, suas consequências. Podemos mapear mais ou menos esse fluxo em nossas vidas, e é muito fácil concordar com esse princípio, que é nada mais que a Terceira Lei da Termodinâmica (de Newton): para toda ação, uma reação igual e oposta. Com certeza, essa Lei da Física já foi sentida na pele por todos nós… Mas além reconhecermos sua existência, é importante aprendermos a lidar com esse princípio.
Então, como podemos aplicar isso no cotidiano?
Como lidar com as sequências que iniciamos, e as consequências que elas trazem sem vivermos submersos numa espécie de flutuação “toma lá, da cá”?
Todos gostamos quando “as coisas vão bem”, e nos desagradamos quando “não vão nada bem”, ou “estão muito mal”. Mas viver é muito mais do que navegar sem rumo nas flutuações das emoções e da conveniência. O grande teste da nossa consciência é ficar de pé no meio da tempestade. Isso quer dizer, ver e lidar com a realidade, perceber suas emoções sem se tornar refém delas, e usar suas forças para seguir adiante (ou recomeçar).
Viver é navegar no oceano de si mesmo. E navegar é preciso. Sem negar o mar revolto, sustentar-se na embarcação. Em um trecho do Hukam colhido este mês de setembro na ABAKY durante o Gurdwara, Guru Arjan nos traz:
“(…) O oceano do mundo é atravessado dentro de você mesmo.
Você precisa compreender as suas emoções, atravessar as suas tormentas, firme,
e atravessando as suas tormentas, não sucumbir
a esse oceano de lágrimas, de dramas, de dores”
“Ainda que o mundo esteja de cabeça para baixo, você se mantém de cabeça para cima”, diz nossa Professora Gurusangat. E estamos atravessando momentos em que há muita coisa de ponta-cabeça! (A numerologia para setembro você encontra aqui ou em inglês, aqui) O desafio desses tempos inclui sustentar a ética em meio a tantos valores sendo abandonados e esquecidos. Os valores éticos são sustentados com AÇÕES, não com palavras. E, claro!, nesse processo, somos testados e confrontados con-ti-nu-a-men-te. Fácil, hum, não é! Mas é tudo o que vale a pena.
Guru Gobind Singh instituiu o símbolo da adaga como Kirpan, que significa Compaixão, para que nos lembremos sempre que dela vem toda força. A compaixão nos eleva e nos protege, para nos mantermos a serviço da luz do outro, prontos para garantir a dignidade do outro.
“Sua maior arma é bondade e compaixão.
Isso requer inteligência e coragem.
Isso requer flexibilidade e intuição “.
Yogi Bhajan
Todas as ações que somos regidos pelo nosso ego podem ser limpas, a partir do momento em que nós nos reconhecemos e nos curvamos ao Desconhecido, essa instância que nos desafia pronfundamente, mas pode nos proporcionar tanta vastidão. Caminhando desse modo, as sequências e consequências são elevadas ao Dharma, às ações virtuosas, que estão acima das flutuações de ação e reação, porque ressoam na frequência da alma.
“Quando os karmas permanecem, você também permanece.
O karma tem que se tornar Dharma. O Dharma é onde a dívida é paga.
É onde a sua disciplina e seus compromissos o tornam positivo e cheio de graça.
Então você rompe seu casulo e se torna um líder, eleva a todos e deixa um legado…”
Yogi Bhajan
Nosso Professor YB explica que quando você gera uma causa e não completa ou experimenta os efeitos dela, você vai precisar lidar com ela novamente. E, nos tempos em que estamos, da Era de Aquário… o bumerangue volta rápido!
O Shabad é um forte instrumento para cortar as oscilações do ego. Especialmente o Shabad Jai Tegang, que nos traz a frequência que corta a negatividade e nos conduz para caminhar em Destino, em Consciência, e não em Sina, em repetição.
“Este é o tipo de Naad [essência do Som] que a gente precisa
para enfrentar algumas batalhas quando todo o resto se provou inútil.
Este Shabad diz para a gente a maneira como a gente vai,
e não apenas a maneira como a gente fala que vai.”
Gususangat, sobre o Jai Tegang
(Gurdwara ABAKY, 03 setembro 2017)
Para acessar essa frequência, encorajamos você a entoar este Shabad por 11 minutos, ou 11 vezes. Você pode experimentar ir ampliando até 31 minutos.
Você pode praticar com este áudio, junto com o Yogi Bhajan, entoando por 11 vezes:
Confira também no Sikhnet outras gravações desse Shabad.
Khhag khand bihandan
khal dal khandan
at ran mandan
bar bandan
Bhuj dandh akhandan
tej parchandan
jot amandan
bhaan prabhan
Sukh santaa karnang
durman darning
kilbikh harnang
as sarnang
Jai jai jag kaaran
srist ubaaran
mam pratipaaran
jai tegang
Tradução (por Hari Bhagat Singh Khalsa):
A espada penetra e dilacera os demônios da mente e do corpo.
Essa bela e poderosa arma adorna o campo de batalha da vida.
É uma extensão do braço, inquebrável, terrivelmente rápida,
seu esplendor inigualável ofusca até o sol.
É a proteção da paz e do contentamento dos santos e
destrói até mesmo as mais poderosas energias negativas.
Apaga a negatividade e a culpa que eu carrego.
Eu busco pelo seu refúgio.
Louvado, louvado seja o Grandioso que faz existir o mundo,
salvador da criação, meu grande protetor, louvado seja a espada.
Com Amor e Orações,
Prem Bhagat Singh