A compaixão é uma emoção frequentemente assimilada de forma simplista. No dicionário, podemos encontrar a definição de: “um sentimento piedoso de simpatia para com a tragédia do outro acompanhado do desejo de minora-la”.
A compaixão vista desse modo pressupõe uma comoção, uma emotividade desequilibrada e vazia. Segundo essa ideia, as únicas coisas compartilhadas entre o que sente “compaixão” e a pessoa que sofre são o martírio da dor e o medo.
É importante que a compaixão vá muito além dessa emoção comovida, dessa mera intenção de que o sofrimento de outrem não exista ou seja minorado. A compaixão envolve uma ação real, mobilizada pela compreensão profunda (e sutil) da realidade do outro. Nesse sentido, ela não é passiva e espectadora, mas constrói ativamente uma plataforma para elevar o outro, para que ele saia da dificuldade que se encontra, se assim desejar.
Na compaixão, existe a ação sem a espera do retorno. E existe respeito pela força original de cada um em sair da situação que se encontra, sem o julgamento de percebê-lo como incapaz ou “menor”, que a piedade sugere.
O poder da compaixão está além do sofrimento pessoal e é focado em soluções, no que pode ser feito diante da realidade. Quando a compaixão surge, o sofrimento é transcendido e a atenção se volta para ação útil, transformadora. O sofrimento é o combustível da compaixão, não o seu resultado.
Segundo a monja budista Pema Chodron, ter compaixão envolve aprender a relaxar e permitir gentilmente que nos movimentemos neste lugar que nos assusta – sentir a dor do outro – sentir sem endurecer e sem deixar que a resistência e o medo seja maior que a ação de se compadecer.
Essa maturidade emocional é uma prática desafiadora, construída gradualmente, e exige o treinamento de um guerreiro. E esse treinamento inclui, antes de tudo, a autocompaixão.
Compaixão por si mesmo é não mergulhar no sofrimento e na dor das circunstâncias, é não se esquecer da sua natureza Divina. A força da sua Alma, que é capaz de atravessar qualquer desafio que a vida lhe traz. É necessário olhar para dentro de si e perceber de forma neutra (sem julgamento) as suas questões internas, sem culpa e sem medo.
Esse acesso à autocompaixão requer deixar para trás a identificação com os complexos, que são a causa das nossas tragédias, dores, depressões e dos padrões de inferioridade e infelicidade. Todos nós somos subproduto dos complexos. Quando nos reconhecemos sem julgamento, percebemos que aqueles comportamentos, que podem ter feito sentido em algum momento, já não o fazem mais, e que podemos seguir em frente sem esses complexos.
Quando nos curamos, contribuímos para que ao estar diante do outro e nos relacionarmos com ele a partir da nossa mais alta frequência, que é a frequência Alma, Essência Divina, que reconhece a Deus em cada desafio. Livre para ser original, próspera, ousada e criar para servir a todos.
ASTHANGA AGNI KRIYA – Meditação para os complexos
Mudra: Sente-se em posição fácil, com a coluna ereta, e movimente-se de (A) para (B) de maneira rápida e poderosa.
- (A) – traga os cotovelos para cima, com os braços estendidos na lateral, até a altura dos ombros. A palma das mãos deve estar voltada para baixo, à frente dos ombros.
- (B) – traga as mãos uma em direção à outra com bastante força, como se fosse bater as palmas, mas pare-as a mais ou menos 15cm uma da outra. Elas ficam acima do nível dos ombros. Ao mesmo tempo, traga os cotovelos para baixo em direção às costelas com bastante força. Esse movimento vai provocar um leve solavanco nas mãos. A batida vigorosa dos cotovelos nas costelas deve ser forte, cerca de uma por segundo. É como tocar uma bateria, você praticamente escuta o som de um tambor. Deise seu corpo dançar com a música à medida que continua o movimento. A parte superior do corpo acima do umbigo e a coluna devem dançar. Faça todo o movimento de maneira enérgica, usando seu espírito, deixando sua força interna vir à tona.
Respiração: vai se transformar em respiração do fogo
Tempo: 7 minutos – você pode começar a construir sua prática fazendo por 7 minutos e vai aumentando o tempo até 11.
Comentário: o Mantra fala de oito aspectos de DEUS, o infinito:
GOBINDÊ: Sustentador
MUKANDÊ: Libertador
UDARÊ: Iluminador – Aquele que nos carrega, que nos eleva
APARÊ: Infinito
HÂRIANG: Destruidor
KÂRIANG: Criador- Aquele cuja graça realiza tudo.
NERNAMÊ: Sem nome – não está atrelado à identidade de um nome.
ÂKAMÊ: Sem desejo – Existe por si mesmo.
Luz e bençãos,
Harsev kaur
Hari Prem Kaur
Prem Bhagat singh