Nosso professor Yogi Bhajan diz que meditar é tão necessário quanto tomar banho todos os dias. É neste banho diário que observamos nossos padrões, intrigas mentais e hábitos que estão alojados no nosso subconsciente.
A verdade é que não é tranquilo e prazeroso meditar. Essa é uma ilusão de muitos iniciantes que, ao se depararem com as suas conversas mentais, logo desistem.
O grande ponto de partida é persistir e perseverar, pois a beleza da meditação vem da própria palavra AÇÃO, no escutar profundo das nossas conversas mentais. Elas insistem em nos aprisionar nos velhos padrões de medo, raiva, culpa, distrações que muitas vezes são acionadas a partir das memórias da nossa infância.
Meditar é um estado de vigília e conexão com o momento presente, é viver o aqui e o agora, consciente do seu propósito e confiante que as situações, pessoas e ferramentas necessárias estarão disponíveis para que você o concretize. Na pressa pelos resultados, esquecemos do uso da nossa intuição, que é a nossa inteligência mais refinada e nos leva em caminhos não conhecidos, sinalizados pela frequência da nossa essência/alma e não do ego.
Pertencemos à cultura do “orai e vigiai”. Aprendemos a pedir e, consequentemente, confiamos pouco em nossa força interna. Sempre desejamos que tudo aconteça rápido e como planejamos, mas nos esquecemos que tudo na vida exige de nós paciência, presença e rendição.
Tenho experimentado a meditação há alguns anos e sinto-me um recém-nascido nesse processo. Acordar todos os dias e assentar para meditar me coloca de frente com meus padrões, intrigas mentais e hábitos, que pouco a pouco vou liberando. E a gratidão, a compaixão e o repeito se expandem quando estou diante de alguns desafios e de pessoas que me confrontam, pois consigo pouco a pouco vejo além do estado limitado “HUMANO” e percebo a natureza do “DIVINO” que somos.
Na prática de meditação passei por vários estágios: irritação, dor no corpo, distração, desisti muitas vezes. Hoje sinto que a minha persistência no propósito de estar presente nas ações diárias e ser menos REATIVA me fez recomeçar. O presente disso tudo é que me sinto mais confiante para enfrentar os desafios e me tornei uma pessoa mais ativa e compassiva diante dos confrontos. A gratidão e o respeito pelo outro aumentaram, pois tenho a consciência que nesta teia cósmica sou parte da dimensão do Todo, e estou em constante construção.
É claro que o processo de crescimento continua, pois ele não é linear, e escorrego, caio, todos os dias. O meu grande aprendizado é que não quero parar por aqui pois, quanto mais eu mantenho o meu espaço meditativo, menos sou refém da minha mente.
Nas meditações do Kundalini Yoga, usamos o som sagrado, mantras e shabads, o naad que é a partícula sagrada do som, penetra em nossa mente e eleva nossa frequência. Este som sagrado nos conecta ao nosso Guru Interno – aquele que nos tira da escuridão e nos leva para a Luz e nos apoia a encontrarmos as conexões necessárias para viver em paz no caos do dia a dia.
Segue abaixo nossos mantras para aqueles que desejam dar inicio a sua meditação pessoal.
Bênçãos!
Com amor,
Harsev Kaur
Sadaram Kaur (revisão texto)